sábado, 8 de dezembro de 2012

Um sonho misterioso

Eu não sou uma pessoa que sonha muito. Não quando estou dormindo. E sempre que sonho eu sonho que eu sou o mar. Sonho que entro no mar e me torno parte dele. Mas hoje tive um sonho diferente, um sonho misterioso. Eu estava de frente pro mar, como o habitual. Mas antes que eu entrasse um homem me chamou. Eu não via o rosto dele, mas consigo lembrar da voz. Ele tinha vestes brancas e uma áurea brilhante. Não sei se era um anjo, não sei se era uma mensagem de deus me cobrando por eu estar andando tão sem fé. Simplesmente não sei. Ele me disse que tinha morrido hoje de manhã e que estava livre de todas as dores. Ele me disse que logo estaria em um lugar de paz eterna, trabalhando como médico dos espíritos sofredores, mas que precisava me mostrar algumas coisas. A praia estava deserta, como sempre. Mas quando nos viramos um mundo de coisas estava acontecendo. Dois cavalos correndo na areia, dezenas de livros espalhados no chão, um divã preto, uma meia dúzia de tijolos, uma mesa de café da manhã, pássaros voando próximos aos cavalos... uma música tocava...tento lembrar qual era mas não consigo...e do meio de tudo saiu uma moça. Essa moça era quase da minha altura. Lembro dos cabelos loiros, dos olhos verdes e dos lábios dela. Ficaram bem guardados na minha mente. Mas não lembro do rosto. Apenas lembro que todo aquele movimento na praia parou por alguns segundos enquanto eu fitava os olhos dela. Como num filme, tudo voltou a se movimentar normalmente, como se nada tivesse acontecido. Ela veio em minha direção. E então o homem me falou: daqui há alguns anos os caminhos de vocês irão se cruzar. Vocês sofrerão muito até lá, irão crescer, irão aprender. Mas tudo isso levará o caminho dela até o seu e o seu até o dela. Ela então sorriu, montou em um dos cavalos e sumiu no horizonte. O homem então apoiou a mão em meu ombro e me falou que eu teria que me preparar para os anos seguintes. Que eu fosse forte, que eu não perdesse minha essência, que eu encontraria o que estava destinado pra mim. E assim, com um simples lampejo, o homem sumiu junto com todas as outras coisas. E lá estava eu novamente entrando no mar e me tornando mar, como sempre.

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