domingo, 21 de dezembro de 2014

Sobre o poder das palavras


 Sabe, algo que eu prezo muito é a palavra. Sim, a palavra, o verbo, o adjetivo usado, a oração formada, a afirmativa feita. Palavras têm um poder imenso. Elas podem expressar um sentimento, uma descoberta (à la Arquimedes e sua “Eureka!”), podem derrubar torres gêmeas, podem explodir bombas atômicas.
Mas, a meu ver, as palavras precisam ser acompanhadas por ações (e aqui uso toda a licença poética possível). De que adianta falar algo se não é possível praticar o que foi falado? O que quero dizer, senhores e senhoras, é que vejo por aí muitas pessoas que não medem suas palavras, nem tampouco medem as conseqüências de tais palavras nas vidas dos ouvintes/leitores/receptores. Daí a pessoa diz “eu não faria isso” e vai lá e faz. Diz “eu nunca seria assim” e depois recusa-se a olhar no espelho. Diz “vamos aproveitar nosso tempo juntos” e pula da barca na semana seguinte. Diz “nunca te deixarei” e deixa. Diz “sempre te amarei” e pouco tempo depois nem reconhece o outro quando se encontram na rua. Diz “serei fiel” e trai. Acabam sendo “palavras, apenas palavras ao vento”, como diria a poetisa. E o resultado disso, quem vê? Quem sente? Quem arca com as conseqüências das próprias palavras?
É importante, antes de falar algo, antes de prometer, antes de afirmar, antes de projetar algo futuro através de palavras, medir as conseqüências, fazer um cálculo juntando os fatores razão, sentimento e tempo, ou, simplesmente Pensar. Mais que isso, é extremamente importante saber que existe alguém que sofre com essas conseqüências, alguém que acreditou nas palavras que foram ditas, que levou a sério, que confiou no que foi dito. Palavras não têm valor quando as ações não condizem com a ideia que foi passada. Pessoas, por favor, sejam mais honestas. Sejam fiéis ao que falam, não sabem o quão honrado isso é.


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