Você se aglutinou em mim, enquanto eu ia sendo sempre a justaposição do outro lado do travessão. Eu lhe dei amor em tritongos, superlativos. Você me rasgou em hiatos longos e consecutivos. Como duraram, como doeram, como machucaram minhas interjeições.
Não lhe cabe mais entre meus versos, você não é sequer o refrão. Fez tanto para ser só um trecho solto que agora nem sei onde encaixar. Não é você o quarteto do soneto. Não é você a primeira, a segunda e a terceira linha de meu haikai. Não é mais. Não é. Você é só um cala-frio que me dá às vezes, quando vem à tona e me faz lembrar que não soube de mim, como ainda sei de suas avenidas, becos, sarjetas, já que agora eu nem te reconheço mais, nem sei mesmo por onde andar. ''
Eu precisava compartilhar esse texto (http://apenasumafresta.blogspot.com.br/2013/01/interjeicao.html) da grande escritora Glória Damasceno [que, juntamente com Gabito Nunes (gabitonunes.com.br), é fonte de inspiração pra mim] porque é um texto que fala algo que eu queria falar ou escrever mas não consegui. Uma coisa intrigante, e irritante, é que, se você parar pra pensar, a pessoa a quem o texto se refere (subjetivamente falando) continua nos versos, estrofes, linhas e entrelinhas da autora e dos textos em que eu já falei algo parecido ou nos pensamentos furtivos meus, seus ou de Glória. Quando você ama, a pessoa sempre continuará viva em você, e não só como um cala-frio.
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